A Igreja Global do Novo Normal
Uma das características típicas do totalitarismo é conseguir levar as pessoas a conformarem-se com – e, a aderirem a – uma narrativa oficial completamente psicótica, delirante, sem qualquer contacto com a realidade e contraditada pelos mais óbvios factos.
O Nacional Socialismo e o Comunismo são disso exemplos clássicos, mas o fenómeno pode também ser observado em certas seitas, ou “cultos”, como os da Família Mason, o Jim Jones’ People’s Temple , a Igreja de Cientologia, etc. – cada qual com a sua narrativa oficial mais psicótica.
Visto de fora, o carácter delirante dessas narrativas é flagrantemente óbvio, para a maioria das pessoas com rudimentares capacidades de raciocínio. Mas, para aqueles que delas se tornaram presas, – quer indivíduos quer sociedades – tais narrativas não parecem, de todo, psicóticas; pelo contrário, parecem absolutamente normais. Tudo, na realidade envolvente, serve para as confirmar; e, tudo o que as desafie ou contradiga, é visto, de dentro, como uma terrível ameaça existencial.
Estas narrativas são sempre acompanhadas duma paranóia que vê os respectivos “cultos” como vítimas de ameaças e perseguições permanentes por parte de inimigos perversos que só podem ser combatidos através duma adesão total e cega à ideologia oficial do “culto”.
Estes inimigos podem ter inúmeros nomes: a “cultura burguesa”, os “contra revolucionários”, os “judeus”, os “negacionistas”, os “não-vacinados”, ou, simplesmente, o “vírus”.
Na verdade, a identidade do inimigo é despicienda; o que importa, mesmo, é a atmosfera de paranóia e histeria que através dele se consegue gerar, com o fim de conseguir submeter todos os membros do “culto” – ou, toda uma sociedade.
Além de paranóicas, estas narrativas são invariavelmente inconsistentes, contraditórias e ilógicas mesmo do ponto de vista interno do próprio “culto” – e, até, patentemente ridículas. Mas este facto, paradoxalmente, longe de as enfraquecer, até, pelo contrário, as fortalece, porque exige dos adeptos um esforço de adaptação marcadamente irracional, se quizerem continuar a pertencer ao grupo; sendo essa tarefa, por definição, irrealizável, naturalmente irá provocar nas suas pobres mentes, autênticos curto-circuitos cognitivos, que os impedirão de ter qualquer veleidade de pensamento crítico – exactamente como era pretendido pelos “grandes líderes”.
Quando estes sentem que já dominam suficientemente os seus aturdidos seguidores, muitas vezes chegam ao desplante de se permitirem alterar as respectivas narrativas, sem se darem ao trabalho de adiantarem qualquer razão justificativa, forçando-os a renegar as crenças que ainda há pouco professavam e a comportarem-se como se nelas nunca tivessem acreditado (a máscara que era inútil e até prejudicial pois dava “uma falsa sensação de segurança”, tornou-se indispensável e até obrigatória no espaço de 15 dias; as vacinas não impedem o contágio, mas só os não vacinados, mesmo tendo já imunidade natural – muito melhor e duradoura que a vacinal – são perigosos transmissores do vírus, sendo segregados)
O objectivo não é, de forma alguma, comunicar ou aconselhar algo de racional ou cientificamente suportado, mas apenas desorientar os aderentes (os cidadãos) para melhor os poder controlar.
As modernas técnicas de controlo mental disponibilizadas pelas novas tecnologias, com a ajuda dos meios de comunicação social, podem exponenciar este esquema perverso até quase ao infinito, em qualquer sociedade e regime político.
E, de facto, é isso, que já está a acontecer, neste preciso momento: uma narrativa oficial totalitária está-nos a ser imposta. Aliás, uma narrativa que além de totalitária é completamente psicótica e não menos delirante que a Nacional Socialista ou a da Família Mason.
E a grande maioria das pessoas nem disso se dá conta, simplesmente, porque não quer acreditar que tal lhes possa estar a acontecer. São literalmente incapazes de conceber que tal possa suceder numa sociedade democrática.
A mente humana, quando a realidade habitual começa a desmoronar-se à sua volta e se vê forçada a ultrapassar certos padrões de normalidade, pode tornar-se muito inventiva e procurar criar uma “realidade” alternativa, que afaste o caos mental que a ameaça.
Por isso os regimes totalitários procuram sempre, primeiro, aterrorizar os cidadãos, gerando um clima de pânico, até que atinjam um estado de exaustão psíquica que os impeça de conseguirem apreender a realidade; depois, quando a mente das vítimas começa a procurar desesperadamente uma “realidade” alternativa que possa dar sentido ao caos cognitivo e ao trauma psicológico instalados, então, o poder, caritativamente, vem ajudá-las, “guiando-as”, no processo de instalação mental da nova narrativa oficial
É por esse motivo que tantas pessoas – que facilmente são capazes de reconhecer os totalitarismos do passado, de países remotos, ou de seitas esquisitas – são incapazes de ver o “óbvio ululante” do totalitarismo que se está a instalar diante dos seus próprios olhos; estão, literalmente incapacitadas para perceber o carácter delirante da narrativa oficial sobre a “praga apocalíptica” – tal como os alemães estavam literalmente incapacitados para perceber o carácter delirante da narrativa nazi sobre a “raça superior” ou os russos o carácter delirante da narrativa comunista sobre a “igualdade” e a “sociedade sem classes”.
Essas pessoas, na sua grande maioria, até não são ignorantes ou estúpidas; mas deixaram-se “agarrar” pelo “processo iniciático”, que as transformou, com sucesso, em sequazes dóceis do novo “culto” oficial.
Com efeito, a sua “iniciação” nos mistérios esotéricos da Igreja Global do Novo Normal começou em Janeiro de 2020, quando as autoridades sanitárias e a comunicação social começaram a instilar o Medo, com previsões catastrofistas que apontavam para centenas de milhões de mortos, enquanto iam mostrando falsas imagens dum pretenso morticínio em Wuhan.
O condicionamento psicológico das populações prosseguiu, durante meses a fio, com propaganda ininterrupta, especulações desenfreadas, exageros absurdos, mentiras descaradas e até uma profusão de autênticos efeitos especiais televisivos, originando uma histeria generalizada completamente fabricada; impuseram-se confinamentos e o uso de máscaras, deram-se directivas contraditórias, mostraram-se UCIs, hospitais de campanha e morgues sobrelotadas; exibiu-se a dança macabra do pessoal médico em torno de moribundos entubados, camiões a abarrotar de cadáveres e bebés a morrerem com um obscuro síndroma de Kawasaki; apresentaram-se estatísticas manipuladas e fora do contexto; louvaram-se as autoridades por perseguirem e prenderem cidadãos comuns enquanto libertavam criminosos…
Mas, … passados quase dois anos os números oficiais confirmam aquilo que a comunidade científica sempre tinha dito: a “praga apocalíptica” tem uma mortalidade sensivelmente igual à da gripe comum; as taxas de sobrevivência à doença estimadas pelo Center for Disease Control são de 99,97% e a média de idade de óbito, das suas vítimas, é superior à da esperança média de vida.
O fundamento científico da narrativa oficial, se alguma vez existiu, há muito que caiu por terra. E um número cada vez maior de médicos, cientistas e académicos vêm a público, denunciar a criminosa estupidez da monomania dos “casos”– acusando-a de mera propaganda.
E, depois, existe o exemplo daqueles que, como os Suecos e, agora, outros países nórdicos, mantiveram a cabeça fria, seguiram os conselhos da ciência e não se deixaram enfeitiçar pela narrativa delirante da Igreja Global do Novo Normal.
João Faria de Morais
(a partir de um texto de C. J. Hopkins)